das apresentações II
sensitiva de si acreditava demais nos antepassos.
tropeça sim:
mas era a vida.
insistia no self idem pra sempre,
desde que nunca fosse diferente.
ela que dobrava destino só pra não contrariar,
ela que contrária agradava-se assim
pra viver de facilidades sentimentais.
tinha chavões de uma vida amena
costurados em camisas de força ortodônticas - não rangia.
sorria
sorria na repetição tola de dentes dormentes,
onde só os olhos não falhavam na missão da honestidade.
eles sim,
parados guardavam o desespero inteiro
de uma vida imprevista,
não lida nos poros óbvios da superfície inventada.
oca emprestava a sua boca em troca de não ser-se.
cerceava-se.
sóbria em excessivos tons pásteis bricolava existências viciadas,
porta-gestos de repertório restrito.
ignóbil alienava sonhos numa caixa-de-música clichê no fundo da gaveta.
por que?
ela marta.
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