hora nula

um ciclo fechado,
uma dor, um nada,
um descanso na estrada.
e ela só, a esquerda de si,
insignificando-se,
á direita monetarizando- se.
mendiga com realeza própria-
um destino é seu mapa;
guarda o que sabe de tudo,
mas sequer se personifica;
conhece o atlas de sorrisos,
mas escolheu por escárnio a gargalhada
e assim, vendida em sua suposta pobreza,
ela paga o preço da escolha.
ainda que encolha por trás de vírgulas,
que extenda suas cartas na mesa,
ainda que precipitada á beira de um abismo,
ela calce o desânimo com o próximo passo.
"á partir daqui" como O Louco- a carta escolhida,
invertida a ela no velho baralho de Marselha
-supera o luto e pontua o infinito.
começar do zero é finitar.

Nenhum comentário: