meu vesper palatino espera na janela na meia tarde azul provo de um bolo de limão feito por mãe. ajeito creme, aliso lábios e me perco em paladares finos- eu que tenho na boca, a facilidade das palavras grossas. a pressão na língua me lembra a sutileza do seu gosto posto- costas nuas sustentadas sob meus lábios. lembrança absorta que dispensa meus olhos. avanço no horizonte, tilinto garfo no prato e volto á minha janela, melhor seria te ver contra ela. saudade e fome dá gula- penso. esperando pela noite, adjunta sua, aperto migalhas com um garfo insistente. ansiosa aguardo a primeira estrela , o fim do bolo e a boca sua a pendurar os sorrisos meus .

Nenhum comentário: