ao pequeno dragão-estrela, rei inocente dos meus nagas


meu dragão não dorme nunca
quando eu atenciosa me atraio
ele fecha os olhos e finge


o meu dragão me comeu.
incompreensivo,tostou percepções
me condenando vigílias constantes


o meu dragão me psicotiza em cobranças
exigências e manhas quentes
me presenteia sorrateiro com olhos móbiles
a distrair minhas outras ocupações


mas o meu dragão é inocente
de olhos abertos e respiração fenecente
espera infantil pelas borboletas


o meu dragão eu entendo
nada adianta
o meu dragão chora, incongruente, no escuro
medroso de claridades
e da solidão a qual as vezes me abandono


o meu dragão,
num átimo-ato-falho não mais entendo;
sinto em rasteiras verbais.


o meu dragão...sou eu.


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